Mantido esse ritmo mensal, os brasileiros encerrarão o ano com contribuições totais de 1,442 bilhão de euros (1,442 mil milhões de euros ou R$ 9 bilhões), aumento de 39,7% ante 2023, quando os repasses à Segurança Social somaram 1,033 bilhão de euros (1,033 mil milhões de euros ou R$ 6,4 bilhões).
Para se ter ideia da importância dos trabalhadores brasileiros para a Segurança Social portuguesa, as contribuições desse grupo nos oito primeiros meses do ano foram mais do que o dobro da soma dos pagamentos realizados pelas outras quatro nacionalidades mais representativas no sistema, de 391,2 milhões de euros (R$ 2,5 bilhões): Índia (144,8 milhões de euros ou R$ 898 milhões), Nepal (93,1 milhões de euros ou R$ 578 milhões), Cabo Verde (83 milhões de euros ou R$ 515 milhões)) e Espanha (70,1 milhões de euros ou R$ 435 milhões).
Tem mais: as contribuições dos brasileiros de janeiro a agosto de 2024 já são maiores do que o total pago à Previdência lusa em todo o ano de 2022, de 658,5 milhões de euros (R$ 4,1 bilhões). “Esses números – explicou Bernardo Motta, doutorando em administração pública pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP) e gerente científico do Fórum de Integração Brasil-Europa (Fibe), refletem um conjunto de fatores, sendo os mais representativos o aumento dos salários neste ano e a inserção maior de brasileiros no mercado de trabalho de Portugal.”
Continuou Motta: “o salário-mínimo, recebido por parte relevante dos trabalhadores estrangeiros, saltou de 760 para 820 euros, alta de 7,89%. Nas demais faixas salariais, os reajustes têm variado entre 4% e 8%. Outro dado muito importante é que os brasileiros que estão em Portugal têm entrado no mercado de trabalho formalmente, ou seja, com direitos trabalhistas e contribuindo para a Segurança Social.”
Pelos cálculos do Observatório das Migrações de 2022, 85% dos brasileiros que estão em idade ativa em Portugal estão empregados e a idade média deles é de 35 anos. “Isso é relevante para o sistema previdenciário, pois se trata de um público mais jovem, num país em que a idade média dos trabalhadores nacionais é maior”, acrescentou Motta.
Fonte: Câmara de Comércio Portuguesa -SP