Autor de obras marcantes como “A Selva” e “Emigrantes”, Ferreira de Castro deu voz aos dramas da emigração, da pobreza e da condição humana, com uma escrita profundamente humana, social e comprometida.
A sua vida foi marcada por uma juventude difícil, a emigração para o Brasil ainda adolescente, e uma impressionante trajetória literária, que o levou a ser traduzido em dezenas de línguas e a tornar-se um símbolo da luta pela justiça e dignidade.
Hoje, a sua terra natal – Ossela – e todo o concelho de Oliveira de Azeméis recordam com orgulho o homem, o escritor e o legado imortal de Ferreira de Castro. José Maria Ferreira de Castro foi um grande escritor português. Existe uma biblioteca e uma escola secundária com o seu nome em Oliveira de Azeméis e uma escola básica, a qual é sede do agrupamento Ferreira de Castro e um museu em Sintra.
“Os homens, na sua maioria, não se compreendem uns aos outros. Aferram-se ao seu egoísmo, a reações primitivas, a ideias feitas, a prejuízos remotos, uns; entregam-se à submissão, os outros, os mais fracos.” Ferreira de Castro do «pórtico» de a tempestade.
O aspecto fundamental da ficção de Ferreira de Castro é o realismo social, que o aproxima dos neorrealistas. Nascidas de sua vasta experiência nas matas da selva amazônica, as temáticas de seus romances enfocam a dramaticidade dos personagens carentes de valores humanos. Toda obra dele constitui um importante documento social, um verdadeiro espelho da realidade da vida contemporânea dos humildes.
A narrativa é apresentada através de uma linguagem direta, revestida de argumentos reais, que reproduzem com intensa dramaticidade o cotidiano das vidas injustiçadas.
Outras obras
Ferreira de Castro faleceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 29 de junho de 1974. Atendendo a seu pedido, foi enterrado em Sintra.