“Todo homem tem deveres com a comunidade”

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Opinião
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Jornalista e empresário de comunicação. Atual presidente da União Brasileira de Escritores – UBE. Membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, representando a UBE, de 2010 até o presente.

Ocupou cargos de comando de grandes veículos como TV Globo (chefe de redação em São José dos Campos), TV Bandeirantes (diretor regional de jornalismo em Taubaté), jornal ValeParaibano (diretor de redação) e Revista Manchete (chefe de reportagem no Rio de Janeiro), além de empresas de renome internacional como Embraer. Também atuou como assessor de imprensa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e diretor de comunicação da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.

Autor de livros como Imprensa, poder e crítica, Gerenciamento da Carreira do Executivo Brasileiro (co-autoria com Thomas A. Case, fundador do Grupo Catho), A vida não pode ser só isso (biografia da cantora Vanusa, pela Editora Saraiva), Redação empresarial sem mistérios e o romance Costelas de Heitor Batalha. Autor de várias traduções do inglês e do espanhol para a Editora Cultrix, Editora do Pensamento, Global Editora e Fundação Heinrich Böll. Tem dezenas de artigos publicados e é convidado com frequência para escrever prefácios de livros. Mestre em Crítica Literária pela PUC/SP e especializado em Jornalismo Internacional pela University of Wisconsin, EUA. Lecionou por 10 anos na Universidade de Taubaté, no curso de Jornalismo. Em São Paulo, foi professor da Uniban, no curso de Letras.

Joaquim Maria Botelho
Jornalista, escritor e presidente da UBE – União Brasileira de Escritores

Não conheci meu bisavô, o “velho Botelho”, como meus pais se referiam a ele. A imagem que tenho dele, de uma única fotografia, é de um homem alto, magro, forte, de cabelos brancos e fisionomia séria. Migrou para o Brasil, aos 14 anos, sozinho, recomendado ao capitão do navio que o trouxe. Vinha de Vila Real de Trás-os-Montes. Aos 19 anos voltou à santa terrinha para se casar com a conversada que deixara lá. Trouxe-a consigo, mas ela morreu de febre amarela, no Rio de Janeiro. Desesperou-se.

agou pelo Brasil, trabalhando em labores duríssimos. Foi lenhador e taberneiro em Minas Gerais, na Zona da Mata. Lá encontrou a companheira de toda a vida, minha bisavó Honória. Acabaram se instalando na cidade de Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba, onde ele assumiu o posto de guarda-chaves da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil.

Era rígido disciplinador, homem honestíssimo e amoroso. Caminhou valentemente pela vida, tendo sido obrigado a assumir a criação de seis netos pequenos (entre eles minha mãe) quando, já perto dos 80 anos, perdeu a filha e o genro. Valorizava a educação, certamente em razão do espírito europeu, e de tal maneira que seu apoio propiciou que minha mãe, Ruth Guimarães, seguisse feliz carreira de escritora e se tornasse, em 2008, membro da Academia Paulista de Letras.

Também eu me tornei escritor e presido a UBE – União Brasileira de Escritores. De certo modo, bebo das águas do rio que banhava a aldeia de meu bisavô. Quem sabe estamos repetindo a vida.

E, repetindo a vida, rememoro a minha herança portuguesa nas boas leituras de Eça de Queiroz e Agustina Bessa Luís, nas prosas virtuais com autores portugueses novos como a minha querida Teolinda Gersão, autora de “A árvore das palavras”, e nas consultas frequentes aos fatos da vida cotidiana de Portugal. Meu pai, também neto do velho Juca Botelho por ser primo de minha mãe, era torcedor da Lusa. Moro, hoje, na Vila Mariana, bairro de portugueses. Vê-se, pois, ora pois, que Portugal me envolve de muitas formas. Por isso, venho com alegria e orgulho participar deste Portal da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, torcendo para que a união nos fortaleça e nos faça sempre felizes.

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Somos privilegiados pela herança lusitana e também por podermos contar com o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo que é o órgão que congrega nossa cultura viva em solo paulista. Pelo Conselho a história não se perde, porque uma das diretrizes da entidade é preservar e valorizar nossos usos e costumes que mantêm a tradição de nossa gente sempre presente nos festivais, no folclore, na música e na gastronomia. A ação do Conselho é defender um legado histórico e cultural inestimável.

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