“Todo homem tem deveres com a comunidade”

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José Eduardo Pereira Lima, ou Zedu Lima é autor do livro Na Medida Certa da Boa Educação, escrito em parceria com Jerson Dotti, e lançado em dezembro de 2010. Jornalista, teatrólogo e roteirista, em 2001, coordenou e redigiu o livro Sindetur SP – 50 Anos de Turismo, produzido pelo Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP). E ainda editou a revista Turismo em Números. Foi repórter-redador da Folha de S. Paulo e atuou como assessor de imprensa na Telesp, no Ministério da Agricultura e na empresa Caterpillar. Autor da peça teatral “Toda Rainha Tem seus Dias de Guerra”, encenada pelo grupo teatra do Telefônica Clube e por alunos do Liceu Siqueira Campos.
Foi responsável pela pesquisa, edição e redação do livro São Paulo Convention & Vistors Bureau 25 Anos, em comemoração às bodas de prata da entidade, em 2008. Escreve artigos, crônicas, ensaios e resenhas para o informativo cultural O Avesso, em Ourinhos, SP. Também é palestrante comportamental.

José Eduardo Pereira Lima
Jornalista, teatrólogo e roteirista

Brasil e Portugal. Esse parentesco já está no DNA do brasileiro há muito tempo e é indissolúvel. A relação luso-brasileira me faz pensar num avô, pai ou irmão mais velho, que legaram aos seus ‘descendentes’ valores que colaboraram para sua formação. Entre esses legados, destaca-se, indubitavelmente, a língua, e como disse Caetano Veloso em uma de suas composições, “a língua é minha pátria”, numa referência a um dos heterônimos (Bernardo Soares) do poeta Fernando Pessoa, que afirmou: “A minha pátria é a língua portuguesa“. Essa proximidade entre ambas as culturas facilitou a integração entre os dois povos.

Eça de Queiros dialoga com Machado de Assis. Fernando Pessoa e seus heterônimos trocam versos com os poetas brasileiros Carlos Drumond de Andrade, Manoel Bandeira, Cecília Meireles, Affonso Romano. José Saramago conversa com o jovem cineasta brasileiro Fernando Meireles a fim de converter o Ensaio Sobre a Cegueira, romance do primeiro, em um filme dirigido pelo segundo. Esse intercâmbio ou apropriação é antigo. Ao vir para cá, a corte portuguesa, cuja biblioteca musical era a segunda maior depois da do Vaticano, trouxe esse acervo, que foi assimilado por músicos mulatos ou negros.

A cultura brasileira, portanto, é uma continuidade da portugalidade nos trópicos. Essa é a grande diferença de outros grupos étnicos que para o Brasil vieram, mas mantém até hoje uma ligação com a terra de origem, como é o caso dos nipo-brasileiros ou ítalo-brasileiros. Estima-se que há no País 25 milhões de luso-brasileiros descendentes dos cerca de 1,5 milhão de portugueses que chegaram ao Brasil após 1850. Moram por aqui mais de 700 mil portugueses, que, em sua maioria, imigraram entre 1930 e 1960. Atualmente, além dos empresários da área de turismo que investem em hotéis, resorts e pousadas no Nordeste, jovens músicos lusitanos gravam fados no ritmo da bossa nova.

E para ratificar essa fértil simbiose entre as duas culturas, vale lembrar os versos que o poeta brasileiro Vinícius de Morais criou para suas “Saudades do Brasil em Portugal”: Pudesse eu dizer / da dor que dói dentro de mim / que mói meu coração nessa paixão que não tem fim / Ausência tão cruel / Saudade tão fatal / Saudades do Brasil em Portugal.

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Somos privilegiados pela herança lusitana e também por podermos contar com o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo que é o órgão que congrega nossa cultura viva em solo paulista. Pelo Conselho a história não se perde, porque uma das diretrizes da entidade é preservar e valorizar nossos usos e costumes que mantêm a tradição de nossa gente sempre presente nos festivais, no folclore, na música e na gastronomia. A ação do Conselho é defender um legado histórico e cultural inestimável.

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