B3 Os Construtores do Brasil A civilizAção do couro A pecuária garante a subsistência na região canavieira nesse período. Além disso, o gado gera força motriz para as moendas, transporta a cana e a lenha, fundamental nos engenhos. As primeiras cabeças de gado são introduzidas no Brasil em 1532 por Da. Ana Pimentel, esposa e procuradora de Martim Afonso de Sousa. Em 1550, o governador-geral Tomé de Sousa traz mais gado bovino, além de cinco cavalos e dois burros de Cabo Verde. O Piauí é o único Estado nordestino colonizado a partir do interior pelo avanço dos rebanhos. Domingos Afonso Mafrense e o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho são seus desbravadores, que implantam os primeiros currais por volta de 1670, entre os rios Piauí e Canindé e, mais tarde, estendem-se junto ao Parnaíba. As fazendas piauienses tornam-se as mais importantes do Nordeste, e seu rebanho tem como destino o mercado baiano, distante cerca de 1.500 km. A pecuária possibilita a interiorização da Colônia pelo Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Seguindo o rastro da boiada, surgem currais, feiras e vilas, de Norte a Sul do Brasil. Permite o desbravamento e a ocupação da região do sertão e do agreste, onde se formam latifúndios. Com o tempo, ela se desenvolve de Norte a Sul do País, criando uma cultura própria: a do vaqueiro, com suas tradições, músicas e vestimentas. Próximo aos canaviais desenvolve-se a criação de cavalos, utilizados como montaria e no transporte de carga. A montagem de uma fazenda de gado não exige grandes investimentos e tampouco um grande número de homens, que eram geralmente mestiços. Do gado bovino obtinham-se a carne seca e o curtume. O couro torna-se produto de exportação e, assim, mais uma fonte de renda. Atualmente, o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo. Saga. Abril, 1981. v. I. p. 186. Vaqueiros conduzem boiada. Curvelo/MG, c. 1966. Maureen Bisilliat/ Acervo Instituto Moreira Salles