Os Construtores do Brasil A IndependêncIA do BrAsIl Em 24 de agosto de 1820, eclode a Revolução Liberal do Porto, os constitucionalistas vitoriosos exigem o regresso de D. João VI, deixando seu primogênito D. Pedro de Alcântara como Príncipe Regente, que se torna o primeiro imperador do País. D. Pedro chega ao Brasil com a família real com 9 anos. Educado por religiosos, gosta de esportes e de música – é o compositor do Hino à Independência do Brasil. Casa-se em 1818, com Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo, arquiduquesa da Áustria. C4 O dia do “Fico” D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I, e filhos D. Pedro I, Jean Baptiste Debret, Litogravura colorida à mão, sec. XIX. Acervo: Fundação Biblioteca Nacional, RJ. A corte portuguesa ordena o regresso de D. Pedro a Portugal, pois queriam estabelecer novamente o pacto colonial. Em janeiro de 1822, D. Pedro recebe uma petição solicitando a sua permanência com 8 mil assinaturas. Em 9 de janeiro de 1822 anuncia a sua decisão: “ Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao povo que fico”, aderindo publicamente à causa brasileira. Em 13 de maio, o título de Defensor Perpétuo do Brasil lhe é concedido. O Grito do Ipiranga, Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888. Acervo: Museu Paulista da USP, SP. “Independência ou morte” Meses depois, D. Pedro vem a São Paulo apaziguar os ânimos dos paulistas descontentes com Portugal. Sua esposa, Dona Leopoldina, chefe interina do governo, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, reúne-se com o Conselho de Estado, na manhã de 2 de setembro de 1822, e assina o decreto que declara o Brasil independente de Portugal. Envia esse e outros documentos a D. Pedro, que toma a histórica decisão de cortar os laços que unem o Brasil a Portugal, em 7 de setembro de 1822. Com a morte de Dona Leopoldina em dezembro de 1826, casase com Dona Amélia de Leuchtenberg, que chega ao Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1829. Legado de D. Pedro I Tem papel decisivo no processo de emancipação política do Brasil. Desobedecendo as cortes portuguesas, declarou a Independência do Brasil, que se torna a maior potência da América Latina. O Exército e a Marinha foram bem equipados. Entre outras medidas, incentiva a criação de indústrias, concede a liberdade de imprensa e garante a integridade territorial de um Império de dimensões continentais. Bandeira do Império Retorno a Portugal D. Pedro I abdica do trono brasileiro em 7 de abril de 1831 e parte para Portugal com o propósito de recuperar o trono para a sua filha. D. Maria da Glória. É o 27º rei de Portugal, com o título de Pedro 4º. Aqui ficaram Da. Januária, Da. Francisca e o príncipe D. Pedro, então com 5 anos de idade, aos cuidados do tutor José Bonifácio de Andrada e Silva. Estava assim assegurada a continuidade da monarquia brasileira. Falece em Lisboa, em 24/09/1834. Nas comemorações dos 150 anos da Independência do Brasil, em 1972, seus restos mortais foram transladados para o Monumento do Ipiranga, em São Paulo. A partir de 1808 abrigou a Família Real, recebendo o nome de Paço Real. Passou a ser chamado de Paço Imperial depois da Independência. José Bonifácio, Óleo de Benedito Calixto. Acervo: Museu Paulista da USP, SP. José Bonifácio de Andrada e Silva O Patriarca da Independência Um dos principais construtores de nacionalidade brasileira, nasce em Santos, em 1763, e é filho de um rico comerciante e funcionário do governo colonial. Estuda na Universidade de Coimbra, formando-se em direito e filosofia. Ocupa cargos públicos em Portugal retornando ao Brasil aos 56 anos. Defensor da ideia de um império luso-brasileiro e da igualdade de representação nas cortes, bem como da supressão gradativa da escravidão. Em 16 de janeiro de 1822, é o primeiro brasileiro nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros por D. Pedro. Elabora o Manifesto às Nações Amigas, assegurando a ´Independência do Brasil´, mas como reino irmão de Portugal, lançado por D. Pedro em 6 de agosto de 1822. Os Andradas (José Bonifácio e seus irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco) tornam-se figuras políticas de destaque nacional. Com a abdicação de D. Pedro I em 1831, José Bonifácio é indicado o tutor de seu filho, o futuro Imperador.