Os Construtores do Brasil Primeira fase na Colônia Da descoberta ao início da colonização, 30 anos se passaram sem a Coroa portuguesa definir o seu interesse pelo Brasil. As primeiras expedições visam adquirir conhecimento da costa e de seus habitantes. A terra descoberta parece oferecer apenas o pau-brasil, que começa a atrair comerciantes e corsários franceses. Para a exploração dessa madeira, estabelecem-se feitorias ao longo da costa, e os índios passam a derrubar e embarcar os troncos. Em 1502, a Coroa portuguesa, a fim de acabar com o contrabando, concede o monopólio de extração e comercialização do pau-brasil a Fernando de Noronha. Em 1516 a expedição de Cristovão Jacques vem para observar e combater as atividades dos corsários franceses na costa brasileira. Em novembro desse mesmo ano, aporta em uma grande baía, que denomina de Baía de Todos os Santos. Em 21 de julho de 1521, zarpa de Lisboa com destino ao Brasil, fundando a feitoria de Itamaracá, em Pernambuco. A6 Terra Brasilis, mapa do Atlas Miller, de Lopo Homem, 1515-1519. Biblioteca Nacional, Paris, França. As feitorias. Em Saga: a grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981. v.1, p. 92. As feitorias Assumindo as funções de fortaleza e entreposto comercial, no geral construída junto a um porto natural, a feitoria é a primeira forma de estabelecimento permanente dos portugueses no Brasil. Entre 1500 e 1530, foram fundadas as feitorias de Cabo Frio, Pernambuco, Igaraçu, Itamaracá, Bahia, São Vicente, Porto Seguro, Santo Aleixo, dos Marcos e Rio de Janeiro. Mantidas pela Coroa ou por particulares, outras foram estabelecidas. A fundação de São Vicente O nobre e militar português Martim Afonso de Sousa (Vila Viçosa, c. 1490; Lisboa, 21/7/1571), enviado por D. João III para demarcar e explorar a nova colônia, torna-se donatário de duas capitanias hereditárias. Em 22 de janeiro de 1532, funda a primeira vila do Brasil, São Vicente, onde são erigidos um pelourinho, uma igreja e uma câmara. “Fundação de São Vicente” (1900), de Benedito Calixto de Jesus. Acervo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, SP. As aventuras de Caramuru e do capitão João Ramalho nos trópicos Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, 1475; Tatuapara, Bahia, 5/10/1557), náufrago português que passa a vida entre os índios tupinambás na Baía de Todos os Santos e facilita seu contato com os primeiros administradores e missionários. Recebe dos tupinambás o nome de Caramuru e por esposa a índia de nome Paraguaçu. João Ramalho (Vouzela, Viseu, Beira Alta 1493; Piratininga, 1580). Embarca em uma nau para o Brasil em 1512 e naufraga na costa da futura capitania de São Vicente (SP), por volta de 1513. Encontrado pelos guaianases, passa a viver com eles, vindo a se casar com Bartira, filha do cacique Tibiriçá. Cria no planalto de Piratininga uma povoação, de nome Santo André da Borda do Campo, e ajuda Martim Afonso de Sousa na fundação de São Vicente em 1532. Brás Cubas (Porto, dezembro de 1507; Porto, 1592). Chega ao Brasil na expedição de Martin Afonso de Sousa, em 1531. Em 1536 desenvolve na capitania de São Vicente a agricultura da cana e monta engenho de açúcar. Maior proprietário de terras da baixada santista, cria um porto, uma capela e um hospital – a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos – em 1543, que dariam origem à vila de Santos, em 1545. Fundação da Vila de Santos pelo capitão Brás Cubas, de Benedito Calixto Acervo: Bolsa Oficial do Café, Santos, SP.