Os Construtores do Brasil O CiClO dO OurO B6 Diferentemente dos Maias, Astecas e Incas, o índios do Brasil não conheciam os metais preciosos, por ocasião do descobrimento do Brasil pelos portugueses. No final do século XVII, foram os bandeirantes que encontram as primeiras minas, depois de 200 anos de colonização. Presume-se que a expedição de Fernão Dias Pais descobre o metal precioso. Em 1694, Bartolomeu Bueno de Siqueira encontra o ouro na serra de Itaberaba. As jazidas de Vila Rica (atual Ouro Preto) e outras descobertas provocam um grande afluxo de pessoas à região, que obriga as autoridades a tomar uma série de medidas restritivas e administrativas. Em 1709, a região aurífera é separada da jurisdição do Rio de Janeiro, surgindo a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro que, em 1720, se subdividiu, surgindo Minas Gerais. A Coroa Portuguesa é informada pelo governador do Brasil, da descoberta de diamantes na região de Cerro Frio, em Minas Gerais, em 1729. A extração de pedras preciosas em Diamantina passa a ser monopólio real. Desenvolvem-se arraiais, vilas e cidades como Sabará, Tiradentes, São João Del Rei, Mariana e Vila Rica, que, fundada em 1711, torna-se a capital da Capitania. Nessas localidades são construídos igrejas, teatros, escolas e órgãos públicos. Ampliam-se as atividades comerciais e profissionais. Para abastecer a região aurífera, da África e do Nordeste vêm os escravos; da Região Platina, o gado; da Europa, as manufaturas, o ferro, o sal e o azeite. Ciclo do ouro. Rodolfo Amoedo, 1924, óleo sobre tela. Acervo: Museu Paulista da USP. A procura pelo ouro se alastra em outras direções da Colônia. Minas são também encontradas em Mato Grosso e Goiás. As minas exigem cada vez mais braços para executar os trabalhos de extração do ouro, demandando grandes quantidades de escravos diretamente da África ou da região canavieira. Comboio de Diamantes, Rugendas, sec. XIX. Fonte: Voyage Pittoresque au Brésil, 1835, Paris A parte da Coroa As minas pertencem a particulares e a Coroa só recebe um imposto conhecido como ‘quinto’ (20 por cento) sobre todo o ouro fundido. Grande parte desses recursos é aplicada na própria colônia em investimentos como fortes, estradas, obras de saneamento e serviços públicos como educação, segurança e rotina burocrática. Tensões e conflitos na Colônia Ao longo do período colonial, a sociedade organizava-se, formava-se uma elite e tensões explodiram em diversos pontos do Brasil. Os negros fundaram o Quilombo dos Palmares, irromperam a Revolta dos Beckman no Maranhão, a Guerra dos Mascates em Recife, a Guerra dos Emboabas em Minas Gerais. O aumento de impostos provocou agitações na Bahia e em Minas Gerais. Vista Parcial de Ouro Preto, MG. Fachada de casas, Diamantina, MG. Inconfidência Mineira A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi a conspiração de uma pequena elite de Vila Rica – atual Ouro Preto (MG) –, ocorrida em 1789, contra a Coroa portuguesa. Faziam parte do grupo militares, fazendeiros, intelectuais, religiosos, entre eles: Claudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga. Mas o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é sempre lembrado como principal líder do movimento. A causa principal da Inconfidência foi a “derrama”, operação de cobrança dos impostos atrasados – 20% (o “quinto”) sobre a quantidade de ouro extraído anualmente. Com o não pagamento do quinto, os valores se acumulavam e a Coroa realizava a derrama, chegando a confiscar bens dos devedores. Alferes Tiradentes, óleo de Washt Rodrigues. Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro Marques de Pombal (Lisboa, 13/05/1699 - 08/05/1782), por Louis-Michel van Loo e Claude-Joseph Vernet. Acervo: Museu da Cidade, Lisboa, Portugal. A política do Marquês de Pombal na Colônia Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (Lisboa 13/5/1699 - Pombal 8/5/1782), nobre e estadista português, ministro de D. José I entre 1750 e 1777, extingue as capitanias hereditárias, fortalece as autoridades dos vice-reis, reativa a economia das regiões Norte e Nordeste, com a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão em 1755, e de Pernambuco e Paraíba, em 1759. A Região Norte vive período de prosperidade graças às culturas de arroz, algodão e tabaco. Afasta a Igreja das escolas e universidades, e expulsa os jesuítas de Portugal, do Brasil e de todo o império colonial. Combate o contrabando das riquezas das Minas e ameaça executar a derrama, a cobrança dos impostos atrasados das minas. Para garantir o controle da Amazônia, Pombal muda a sede do norte da Colônia de São Luís para Belém em 1751. Cria a Capitania de São José do Rio Negro em 1755. Transfere a capital de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763. Visando uma maior uniformidade cultural, torna obrigatório o uso do idioma português.