Os Construtores do Brasil Rebeliões no PeRíodo Regencial C6 O período foi marcado por revoltas e rebeliões separatistas que ameaçaram a ordem e a unidade territorial do Brasil, como a Cabanagem, no Pará, em 1835, a Farroupilha, no Rio Grande do Sul, a Sabinada na Bahia, em 1837. As revoltas e rebeliões provinciais foram reprimidas e Feijó renuncia em 1837. Homem e mulher da etnia Mura que participaram da Cabanagem, de Alexandre R. Ferreira, em Viagem Filosófica. Acervo: Biblioteca do Instituto dos Estudos Brasileiros - IEB, USP. A cidade de Santarém, às margens dos rios Amazonas e Tapajós, é oriunda de uma missão, fundada em 1661, e de uma fortaleza, construída em 1797. Teve uma importante papel na repressão contra os cabanos. Desenho de E. Riou a partir de F. Biard, In Biard, François, Deux Année au Brésil, Paris., 1862, IEB, USP. Breves, às margens do rio Pará, é hoje o mais importante porto na ilha de Marajó. Em 1842, havia ali moradias típicas da população pobre, que participou da Cabanagem. Coleção: Adalberto, príncipe da Rússia, c. 1843 Cabanagem Ocorre no Grão-Pará (Amazonas e Pará atuais), de 1833 a 1839, com a participação de mestiços e índios. O movimento começa com a resistência do presidente do conselho da província, que impede o desembarque das autoridades nomeadas pela Regência. Os cabanos chegam a tomar Belém, mas depois de prolongada resistência, são derrotados. Revolução Farroupilha Movimento republicano e federalista de amplas proporções, ocorre no Rio Grande do Sul, de 1835 a 1845. Nele, dois grupos se defrontam: o conservador monárquico (os caramurus) e o liberal (chimangos), constituído sobretudo por estancieiros, com o apoio das camadas populares. Os chimangos protestam contra a pesada taxação do charque e do couro. Depois de várias batalhas, o armistício é negociado e a anistia concedida a todos. Cena de Batalha no sul do Brasil, Oscar Pereira da Silva, óleo sobre tela. Tela inspirada na Revolução Farroupilha. Coleção Particular. Bento Gonçalves, óleo anônimo. Acervo: Museu Julio de Castilhos, Porto Alegre, RS. Sabinada Inicia-se na Bahia em 7 de novembro de 1837, com objetivo de implantar uma república. A tropa local adere ao movimento, é cercado pelo exército governista. Os revoltosos resistem até meados de março de 1838. Milhares de pessoas foram mortas ou presas. Os revoltosos pregavam a libertação dos escravos e um governo igualitário (em que as pessoas fossem vistas de acordo com a capacidade e merecimento individuais), além da instalação de uma República na Bahia e da liberdade de comércio e o aumento dos salários dos soldados. Tais ideias eram divulgadas sobretudo pelos escritos do soldado Luiz Gonzaga das Virgens e panfletos de Cipriano Barata, médico e filósofo. Cipriano Barata, Domingos A Siqueira. Acervo: Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Portugal. Balaiada Movimento insurrecional que ocorre no Maranhão, parte do Piauí e do Ceará, de 1838 a 1841, reivindicando o restabelecimento dos juízes de paz, mas ganha proporções maiores. Os rebeldes chegam a reunir 11 mil homens armados. As tropas são anistiadas, esvaziando a insurreição, e um dos líderes é condenado à forca. Panorama de Salvador, Igreja do Rosário, na Praça do Pelourinho, em Salvador, foto de Revert Henry Klum. Coleção: Haroldo Korte. A Balaiada foi basicamente uma rebelião de escravos. Apesar de seu contingente numeroso, os rebeldes limitaram sua ação à zona rural, não tendo chegado a ameaçar mais de perto a capital, São Luís. Acima, vista da cidade de São Luís, Timóteo Zani, abaixo, escravos fabricantes de balaios. Acervo: IEB, USP.