D3 Os Construtores do Brasil Economia no império O império do café Introduzido no Brasil pelo militar português Francisco de Mello Palheta, que traz mudas da Guiana Francesa, plantadas em Belém do Pará, por volta de 1727. Grandes fazendas de café surgem no Rio de Janeiro, desde São Gonçalo até a região de Campos. Indo em direção ao sul do Estado, ocupa o vale do Paraíba do Sul paulista e fluminense. Vassouras é o maior produtor de café no século XIX. Valença, Rio das Flores, Piraí, Paty dos Alferes, Parambi, Barra do Piraí e Barra Mansa, respondem por volta de 1860, por 78% do café consumido no mundo. A partir de meados do século XIX, o café ruma em direção ao oeste paulista, de Campinas a Ribeirão Preto, encontrando um solo fértil, a terra roxa. A produção dessa região ultrapassa a do vale do Paraíba fluminense. No século XX, o norte do Paraná torna-se um grande produtor de café. Colheita de café, Prancha 43, do álbum Lembrança de São Paulo. Guilherme Gaensley. Acervo: Fundação Biblioteca Nacional, RJ. Fazenda Ibicaba Em 1840, o primeiro grupo de imigrantes portugueses chega, pelas mãos do senador Nicolau de Campos Vergueiro, à fazenda Ibicaba, de sua propriedade, onde se adota o sistema de parceria entre 1847 e 1862. Ali também trabalham alemães e suíços. Colônia Nova Louzã Outra experiência de introdução de imigrantes portugueses ocorre na Colônia Nova Louzã, de João Elisário de Carvalho Monte-Negro, considerado o primeiro a empregar unicamente o trabalho livre e assalariado em sua fazenda, em 1867. Fazenda Ibicaba, Cordeirópolis, SP. Colônia Nova Louzã, Espirito Santo do Pinhal, SP A borracha da Amazônia A seringueira é originária do Brasil. Extraída pelos seringueiros da Região Amazônica, desde o final dos anos 1870, a borracha já era produto de exportação brasileiro. O algodão do Nordeste Desembarque em Belém, Pará, de trabalhadores nordestinos, durante a febre da borracha na Amazônia, 1840. Desenho de E. Riou a partir de F. Biard, In Biard, François, Deux Année au Brésil, Paris, 1862, Acervo: IEB, USP. A exportação de algodão produzido no Nordeste se intensifica devido à Guerra de Secessão Americana (1861-1865). Com o fim do conflito, os ingleses voltam a importar algodão dos Estados Unidos, e o nosso produto passa a ser consumido pela nascente indústria nacional. Principais produtos de exportação (1820-1881, em % do volume total) 100 80 60 40 20 0 1821/30 1831/40 1841/50 1861/60 1861/70 1871/80 1881 Café Açúcar Algodão Fumo Cacau Total Algodão no Brasil, pintura de Fumagalli. Acervo: Fundação Raimundo de Castro Maya, RJ. Fonte: Alice Canabrava, A Grande Lavoura, in História Geral da Civilização Brasileira, T.II, v. 4, São Paulo, Difel, 1974, p.119. Industrialização A Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1865 e 1870, impulsiona a indústria no País, iniciada na segunda metade do século XIX. A industrialização se intensifica a partir de 1886 e, em poucas décadas, setores industriais da química, metalurgia e transporte são ampliados. O surgimento da indústria da eletricidade incrementa o transporte urbano movido à tração elétrica e a produção e distribuição de eletricidade para a iluminação pública e doméstica e de uso industrial. O aumento do mercado consumidor favorece a expansão das atividades econômicas. Fleiuss & Linde. Machina vertical a simples effeito; Machina Tachigraphica; Bomba de incêndio. In Recordações da Exposição Nacional de 1861. Rio de Janeiro, 1862.