Os Construtores do Brasil A expulsão dos holAndeses B4 Os Grandes Herois As Imagens dos herois são de autoria de Ostervaldo. FRANCISCO BARRETO DE MENEZES Nasce em 1616, no Peru, à época da união das coroas ibéricas. Valoroso militar, foi escolhido para comandar as tropas luso-brasileiras na Insurreição Pernambucana. Foi governador de Pernambuco e posteriormente, governadorgeral do Brasil, falecendo, em Portugal, em 1668. JOÃO FERNANDES VIEIRA. Nasce em 1613, em Funchal, Ilha da Madeira. Lidera a rebelião contra os holandeses, comanda o Exército nas duas Batalhas dos Guararapes. Após a guerra, é nomeado governador da Paraíba e, mais tarde, capitão-general de Angola. Falece em Recife em 1681. Aldeia e Capela com Pórtico, Frans Post, focaliza uma cena festiva numa vila pernambucana durante o período Nassau, óleo sobre tela, século XVII, Recife. Acervo: Galeria do Instituto Ricardo Brennand O Nordeste brasileiro era motivo de cobiça estrangeira. Em Amsterdã amadurecida a ideia de dominar a indústria açucareira. O comércio holandês com a América era controlado desde 1621 pela Companhia das Índias Ocidentais. Durante a União Ibérica (1580-1640), os holandeses reagiram ao embargo econômico espanhol, impedindo que se comercializasse o açúcar do Nordeste brasi-leiro: primeiro invadem Salvador (1624-1625) e depois Pernambuco (1630-1654), o Ceará e Alagoas. Dominam os engenhos na região pernambucana, investem na empresa açucareira, além das capitanias de Alagoas, Paraíba, Itamaracá e Rio Grande do Norte. Em 1637, a Holanda envia Maurício de Nassau para governar seus domínios no Brasil, que aqui permanece até 1644. A cidade de Recife, então sede do governo holandês, passa por reformas urbanas e recebe novas edificações. Somente após a separação das Coroas Ibéricas, em 1640, é que se inicia o movimento pela expulsão dos holandeses no Nordeste e a volta do domínio português. A luta é iniciada pelos senho-res de engenho da região, mas a expulsão ocorre após a Insurreição Pernambucana, entre 1645 e 1654: uma série de combates com a participação de colonos, índios e negros. À frente da resis-tência, destacam-se Francisco Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Antônio Dias Cardoso, Martim Soares Moreno, o índio Felipe Camarão e o filho de escravos africanos libertos Henrique Dias. Esse último recrutava africanos dos engenhos conquistados pelos invasores, tendo participado de inúmeros combates. Nas batalhas dos Guararapes, ocorridas em 19 de abril de 1648 e 19 de fevereiro de 1649, os luso-brasileiros derrotam os holandeses. Em 1653, Recife é atacada e, no ano seguinte, o Brasil holandês é devolvido ao rei de Portugal pela Companhia das Índias Ocidentais. Pela primeira vez na história do mundo se organiza um exército de pessoas de diferentes origens étnicas e surge a consciência de brasilidade. ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS Nasce em 1620, na Vila da Paraíba, PB e participa de todas as fases da Insurreição Pernambucana, considerado um dos melhores soldados de seu tempo. Toma parte nas duas batalhas dos Guararapes. Foi governador-geral do Maranhão e do Grão-Pará e, posteriormente, de Pernambuco e de Angola. Falece em Goiana-PE, em 1660. HENRIQUE DIAS. Nasce no início do século XVII, em Pernambuco. Apresenta-se voluntário para lutar contra os holandeses, decidindo a vitória em Porto Calvo, quando teve a mão esquerda estraçalhada por um tiro de arcabuz: mas ele não abandonou o combate. Comanda as duas batalhas dos Guararapes. Recebe o título de “Governador dos crioulos, pretos e mulatos do Brasil”. Falece em Recife em 1662. ANTÔNIO FELIPE CAMARÃO Nasce, o índio Poti, em 1580, em Igapó-RN. Desloca uma tribo de potiguares para Recife, participando de inúmeros combates contra os holandeses. Comendador da Ordem de Cristo, ganha também a mercê de “Dom” e o título de “Governador de todos os índios do Brasil”. Falece em agosto de 1648, por ferimentos recebidos em Guararapes. Batalha dos Guararapes (detalhe), Victor Meirelles, 1879, óleo sobre tela. Coleção: Museu Nacional de Belas Artes.